LENDA DO ROMÃO

Cumieira

Havia uma propriedade no Romão cujo dono ia regar lá todos os dias. A partir de uma certa altura, chegava lá, encontrava a poça vazia, outro dia vazia, outro dia vazia e resolveram, ele e mais vizinhos, resolveram guardar a ver quem lá ia à água. Quando no foi às páginas tantas viam um cavaleiro romano num cavalo. O cavalo parava em frente à poça e bobia a água da poça. Ora, o que é que ia fazer o cavaleiro? Encontrar-se com uma namorada.

Informante: Fernando Martins de Moura, 74 anos, Estalagem

in [2] Anexo 142 – pág. 207 [r.26.12.2020]

[2] ESTEVES DA SILVA, José Emílio, O Património Cultural da Freguesia da Cumieira (pdf), Dissertação de Mestrado em Ciências da Cultura, Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, Vila Real, 2010

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LENDAS DE TERRAS DE PENAGUIÃO
[de subtus monte Pena Guian]
COLECTÂNIA - RECOLHA

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Colectânea de Textos & Outros… 

“Se não defendermos o que é nosso, quem é que o defende?”

2020 - 2021
PENAGUIÃO

Eduardo José Monteiro deQueiroz
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LENDA DE SANTA MARTA

Imagem 1

São Miguel de Lobrigos

Versão 1:
Lenda de Santa Marta

Um belo dia, um desconhecido cavaleiro de origem francesa que andava por terras de Panóias, o conde de Guillon, mandou incendiar uma capela branca erigida em honra a Santa Marta. 

Depois de ter cometido tão grande sacrilégio, apareceu-lhe a Santa que o castigou, mandando-o plantar uma vinha com a obrigação de a granjear. 

Cheio de remorsos e envergonhado nem quis ver a aparição e, curvado, tapou os olhos com as mãos. Ao descobri-los, o conde viu a seus pés um corvo, ave profética e sagrada de acordo com crenças antigas, símbolo do mau agoiro que pressente a morte com o seu grasnar. 

Virando-se para a cultura da terra e plantação da vinha, o conde foi cumprindo a sua pena ao longo do ano. Na vindima, mais feliz e com a sua alma em paz, ofereceu à Santa em sinal de arrependimento as uvas que foram fruto do seu ano de trabalho. 

Em vez de um corvo, que simboliza o mal, apareceram-lhe então pombas brancas e um cordeiro, símbolos da pureza e da reconciliação. 

Estava perdoado. 

E foi assim que o conde de Guillon se tornou no primeiro homem a granjear a vinha na região do Douro. 

Segundo a tradição popular, desde então a localidade se passou a chamar Santa Marta de Pena Guillon. 

Santa Marta de Penaguião não é mais do que a junção dos vocábulos Santa Marta (a santa), Pena (o castigo) e Guillon (o nome do cavaleiro francês). 
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Por 'Eddo' (2011), em PENAGOYÃ – PORTAL (penagoyam.blogspot.com), https://penagoyam.blogspot.com/p/lenda-de-santa-marta.html, [2011]
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Versão 2:
Lenda de Santa Marta

Reza assim a lenda...

Num belo dia, o Conde de Guillon, de origem francesa, mandou incendiar a capela em honra de Santa Marta, padroeira da Região Demarcada do Douro.

Depois de ter cometido tão grande sacrilégio, apareceu-lhe a Santa que o castigou, mandando-o plantar e trabalhar a vinha. Cheio de remorsos e envergonhado, tapou a face com a mão direita. Aos seus pés apareceu um corvo que simboliza o Mal.

Virando-se para a cultura da terra e plantação da vinha, foi cumprindo ao longo do longo ano a sua pena. Na vindima, mais contente, como mostra já o seu rosto iluminado, oferece à Santa as uvas que foram fruto do seu trabalho. A sua alma está agora em paz.

O Mal, representado pelo desgraçado corvo, desaparece para dar lugar às pombas brancas e ao cordeiro que representam a paz e a pureza.

E foi assim que o Conde de Guillon foi o primeiro a granjear a vinha na Região Demarcada do Douro.

Esta lenda deu origem a um lugar chamado de Santa Marta de Penaguião, que não será mais do que a junção das palavras Santa Marta, a Santa; pena, o castigo; e Guião, o mesmo que Guillon em francês.
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in http://www.cavessantamarta.pt/pagina.asp?ID=37, [r.27.12.2020]
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Versão 3:
Lenda de Santa Marta (de Penaguião)


Certo cavaleiro francês, um tal Conde de Guillon que andou por terras de Panóias, mandou queimar a capela de Santa Marta.

Consumado o acto sacrílego, a Santa apareceu-lhe ditando o castigo: que plantasse uma vinha, e cuidasse dela.

Arrependido e humilhado, nem quis ver a aparição e, curvado, tapou os olhos com as mãos, mas ao descobri-los, tinha a seus pés um corvo, ave profética e sagrada.

O contrito conde cumpriu a dura penitência, e ficou cheio de alegria na hora da vindima, porque nunca tinha produzido nada na vida.

Lembrou-se então de oferecer à Santa as uvas, fruto do seu suor, e em vez de um corvo, apareceram-lhe pombas brancas e um cordeiro, símbolos da pureza e da reconciliação.

Estava perdoado.

E dizem que, desde então, a localidade adoptou o nome: Santa Marta de Pena Guillon.

Que, segundo a tradução (e tradição) popular significa "Santa Marta de Pena (castigo) Guillon (Guião)".
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in http://sigillum-militum-christi2.blogspot.com/2010/09/lenda-de-santa-marta-de-penaguiao.html
Publicada pir Sigillum [https://www.blogger.com/profile/07429524778741453979], em 9/17/2010 [r.28.dez.2020]

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Versão 4:
Santa Marta – Lenda


Lendas são lendas. Umas vezes com algum fundamento histórico, outras vezes nem por isso. Normalmente tentam encontrar uma explicação para a origem ou significado de certos topónimos, localidades, ou mesmo acontecimentos. Mais ou menos ingénuas, simples ou complexas, todas são graciosamente populares. No caso de Santa Marta de Penaguião, a mais conhecida e celebrada, assumiu mesmo lugar de destaque no vitral que Lino António pintou em 1945 para figurar na escadaria nobre da sede da Casa do Douro, em Peso da Régua, situando-se a sua representação iconográfica no lado esquerdo do painel central. Contemo-la, pois:

Certo e desconhecido cavaleiro francês, um tal Conde de Guillon, tendo invadido estas terras, mandou queimar a capela de Santa Marta. Consumado o ato sacrílego, a Santa apareceu-lhe ditando o castigo: que plantasse uma vinha, e cuidasse dela. Arrependido e humilhado, nem quis ver a aparição e, curvado, tapou os olhos com as mãos, mas ao descobri-los, tinha a seus pés um corvo, ave profética e sagrada, de acordo com crenças antigas, símbolo do mau agoiro que pressente a morte com o seu grasnar. O contrito conde cumpriu a dura penitência, e ficou cheio de alegria na hora da vindima, porque nunca tinha produzido nada na vida. Lembrou-se então de oferecer à Santa as uvas, fruto do seu suor, e em vez de um corvo, apareceram-lhe pombas brancas e um cordeiro, símbolos da pureza e da reconciliação. Estava perdoado. E, desde então, a localidade começou a ter um nome: Santa Marta de Pena (castigo) de Guillon. Que, segundo a tradução (e tradição) popular, veio a dar “Santa Marta de Penaguião”.(…)

Texto gentilmente cedido por Dr. Artur Vaz
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in https://www.cm-smpenaguiao.pt/santa-marta/, [r.28.dez.2020]
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Versão 5:
Lenda de Santa Marta de Penaguião

Há muitos muitos anos, viveu nesta região um conde francês chamado Guion. Um dia, este conde mandou incendiar a capela de Stª Marta.
Logo lhe apareceu a Santa que, para o castigar, lhe impôs uma pena: trabalhar a terra.
O conde não aceitou muito bem este castigo mas teve de o cumprir. À medida que o tempo foi passando ele começou a gostar do seu trabalho e quando chegou à vindima ofereceu a Stª. Marta o fruto do seu trabalho: as uvas. Então, aquela localidade passou a chamar-se Stª. Marta de Penaguião (pena + guion).

Esta lenda está representada no vitral central da Casa do Douro da esquerda para a direita. O corvo, símbolo do mal, que acompanha sempre o conde dá lugar a pombas e a um cordeiro, símbolos da paz e da fertilidade, quando o conde ofereceu o fruto do seu trabalho à Santa.

Alunos do 4º ano da turma C
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in http://eb1favaios.blogspot.com/2009/05/lenda-de-santa-marta-de-penaguiao.html 11.mai.2009, [r.28.dez.2020]
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Versão 6:
Lenda de Santa Marta de Penaguião


“Certo e desconhecido cavaleiro francês, um tal Conde de Guillon que andou por estas terras, mandou queimar a capela de Santa Marta. Consumado o acto sacrílego, a Santa apareceu-lhe ditando o castigo: que plantasse uma vinha, e cuidasse dela. Arrependido e humilhado, nem quis ver a aparição e, curvado, tapou os olhos com as mãos, mas ao descobri-los, tinha a seus pés um corvo, ave profética e sagrada, de acordo com crenças antigas, símbolo do mau agoiro que pressente a morte com o seu grasnar.

O contrito conde cumpriu a dura penitência, e ficou cheio de alegria na hora da vindima, porque nunca tinha produzido nada na vida. Lembrou-se então de oferecer à Santa as uvas, fruto do seu suor, e em vez de um corvo, apareceram-lhe pombas brancas e um cordeiro, símbolos da pureza e da reconciliação. Estava perdoado. E, desde então, a localidade começou a ter o nome: Santa Marta de Pena Guillon. Que, segundo a tradução popular quer dizer “Santa Marta de Pena (castigo) Guillon” (traduzido para Guião). 

Mas o nome Marta tem ainda outra explicação e proveniência

Marta, irmã de Maria Madalena e Lázaro, todos conhecidas personagens bíblicas, é o símbolo do trabalho e, talvez por isso, a protectora escolhida da Região Vinhateira do Douro. O seu dia litúrgico celebra-se a 29 de Julho, e na representação iconográfica aparece-nos como diligente dona de casa (também é padroeira das donas de casa) e com os seguintes atributos: uma vassoura, uma concha de sopa, ou um molho de chaves na mão.

Santa Marta tornou-se hagiotopónimo (ou topónimo com o nome da Santa) ligado a uma devoção muito antiga (pré-nacional), e divulgada na Idade Média (ou Cristã). Já antes da Nacionalidade o culto era dos mais antigos na Península, sobretudo no norte que viria a ser de Portugal.

Protectora (como se disse) da Região Demarcada do Douro, o papel de ofício utilizado pelo provedor e deputados da Junta da Administração da Companhia-Geral da Agricultura das Vinhas do Alto Douro (criada por Pombal, e instituída por alvará régio de 10 de Setembro de 1756) utilizava o Selo ou, como se diria hoje, o Logotipo da Instituição com a efígie da Santa e no fundo uma videira com a seguinte inscrição latina: “Providentia Regitur”, que quer dizer: a Divina Providência governa (ou rege) tudo.

Santa Marta encontra-se reproduzida em belo vitral no edifício da Casa do Douro, no Peso da Régua, pela mão do Pintor Lino António. Este foi acabado em 1945 e sintetiza toda a dinâmica e beleza desta região, tem uma área aproximada de 50 m² formando um tríptico. No painel do centro podemos ver três grandes figuras. 

A figura do centro representa a Casa do Douro, e mostra um pergaminho onde se lê “…Casa do Douro, decreto 21 883, Novembro de 1932”. Quer isto dizer, que o governo, através do referido decreto-lei, cria a Federação Sindical dos Viticultores da Região do Douro, em Novembro de 1932, hoje Casa do Douro. 

A figura da esquerda representa a agricultura tendo aos seus pés uma enxada de ganchos. E a figura da direita simboliza o comércio e tem na mão um caduceu. As figuras de mãos dadas simbolizam o pacto de honra e cavalheiros, entre a produção e o comércio do Vinho do Douro. 

Na parte superior esquerda, está a capela devota de Santa Marta, padroeira do Douro. 

Na parte superior, ao centro do painel, estão as cinco quinas de Portugal e o símbolo da Casa do Douro. Da esquerda para a direita, é-nos dado observar várias datas que foram importantes para a história do Douro. 

O painel da esquerda, dedicado à agricultura, mostra, através das figuras e paisagens características da região Duriense, a faina típica da vindima, o transporte e a pisa. 

O painel da direita, dedicado ao comércio, mostra a cidade do Porto, donde provém o nome por que é conhecido o vinho generoso do Douro, e os meios de transporte usados na época. 

E Penaguião terá adaptado o seu nome, “Santa Marta de Penaguião”, erigindo-lhe uma capela que deu nome ao lugar. 

Santa Marta, Vila da freguesia (sede) de Lobrigos, tem outro padroeiro: S. Miguel-o-Anjo, mas Marta ficou sempre na boca (e no coração) do povo crente e diligente de Penaguião”.
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in https://santamartadepenaguiao.wordpress.com/2011/03/29/hello-world/, [r.28.dez.2020]
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Imagem da Net 1 - Foto de Vitor Neves - Excerto do vitral, painel central, existente no edifício da Casa do Douro, Peso da Régua, do Pintor Lino António, onde se encontra relatada a lenda. Vitral de 1945

Imagem da Net 2 - Excerto do vitral, parte esquerda do painel central, existente no edifício da Casa do Douro, Peso da Régua, do Pintor Lino António, onde se encontra relatada a lenda. Vitral de 1945

Imagem da Net 3 - Excerto do vitral, parte direita do painel central, existente no edifício da Casa do Douro, Peso da Régua, do Pintor Lino António, onde se encontra relatada a lenda. Vitral de 1945
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Nota Imagem 1
LENDA DE SANTA MARTA
Painel central do vitral existente na Casa do Douro, Peso da Régua.

Nota Imagem 2
Parte do vitral, lado esquerdo do painel central, onde estão representados
a Capela a arder, Santa Marta, o Conde de Guião e o corvo.

Nota Imagem 3
Parte do vitral, lado direito do painel central, onde estão representados
o Conde de Guião a oferecer as uvas à Santa, o Cordeiro e as 3 pombas.
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LENDAS DE TERRAS DE PENAGUIÃO
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LENDA DA SANTA CUSTÓDIA

Cumieira

O padre binha de Folhadela e depois dezia:
- Quem quisesse saber se os filhos viviam ou morriam, que agarrassem, quando estão doentes, numa camisinha e fossem botá-la onde está a Sagrada Custódia afogada, que é no entre rios, ó vir da Bila (na junção do rios Corgo e Sordo).

E o padre era o que nos dezia a nós:
- A Santa Custódia afogaram-na no entre rios e está ali um milagre. Todas as mães o podem fazer que no há médico que faça milagre. Elas quando têm uma criancinha de mama e que está muito doentinha, muito chiopinha, tira-lhe uma camisinha, leva-a com ela e vai lá e bota a camisinha. Se a camisinha for pela áuga abaixo a criancinha no morre, se a camisinha for abaixo, a Nossa Senhora vá p’ró pé dela, no binga.

Informante: Ana Cunha, 89 anos, Cancelo
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in [2] Anexo 141 – pág. 207 [r.26.12.2020]

[2] ESTEVES DA SILVA, José Emílio, O Património Cultural da Freguesia da Cumieira (pdf), Dissertação de Mestrado em Ciências da Cultura, Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, Vila Real, 2010

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SANTA MARTA DE PENAGUIÃO (D. TEDO E D. RAUSENDO I)


São João de Lobrigos

Diziam os mais antigos que as origens de Santa Marta de Penaguião estão ligadas aos irmãos D. Rausendo e D. Tedo, dois heróis muito famosos nas terras do Douro, onde combateram os mouros expulsando-os da região.

Conta a lenda que os mouros, quando invadiram estas terras, construíram uma fortaleza num morro próximo da vila, onde já só há ruínas. Aí dificilmente alguém se atreveria a combatê-los. Só com muita coragem.

E coragem era o que não faltava a D. Rausendo e D. Tedo. Por isso, o povo, cansado do domínio dos mouros e dos seus tributos, um dia pediu-lhes ajuda. E os dois irmãos não hesitaram em responder ao apelo.

Em segredo, juntaram numa noite de lua cheia os mais audazes da povoação, e colocaram-nos num local estratégico a meio da encosta. E os dois irmãos, com uma bandeira nas mãos, disseram:
− Esta bandeira será o vosso guião! Quando a virdes colocada na penha, avançai que a entrada estará livre. E Santa Marta, vossa padroeira, há-de acompanhar-nos!

Os dois escalaram então o castelo, e surpreenderam os mouros que estavam de sentinela, matando-os sem que tivessem podido dar o alarme. E de seguida, enquanto um dos irmãos abriu as portas do castelo, o outro foi ao alto da penha e colocou a bandeira bem à vista.

Nisto, no esconderijo da ladeira, um dos moradores logo deu o alerta aos companheiros:
− Vejam! Na penha... o guião!

Foi o bastante para que todos irrompessem pela encosta, entrando no castelo, onde, pela surpresa e com o auxilio de D. Rausendo e D. Tedo, venceram os mouros, expulsando os que escaparam com vida.

E àquele grito de alerta − “na penha... o guião! − se deve o nome que, primeiro, foi “Penha-guião” e, depois, se simplificou em Penaguião. E porque a bandeira os guiou e Santa Marta os acompanhou, depressa a vila ficou com o nome de Santa Marta de Penaguião.
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APL 3688 - Ref.ª [1]

Source: PARAFITA, Alexandre A Mitologia dos Mouros: Lendas, Mitos, Serpentes, Tesouros Vila Nova de Gaia, Gailivro, 2006, p.320-321
Year: 2002
Place of collection: Lobrigos (São João Baptista), Santa Marta de Penaguião, Vila Real

Narrative
When: 12 Century,

in https://www.lendarium.org/pt/apl/toponimos/lenda-de-santa-marta-de-penaguiao [r.26.12.2020] [1]

[1] Arquivo Português de Lendas (APL), base de dados do CEAO - Centro de Estudos Ataíde de Oliveira, da Universidade do Algarve (PTDC/ELT/65673/2006), em www.lendarium.org

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ENTRE SÃO PEDRO E URVAL

Sever

Diz a tradição, pela voz dos mais antigos destas terras, que por baixo do caminho que vai do lugar de S. Pedro ao lugar da Veiga, passando pelo Urval, no concelho de Santa Marta de Penaguião, numa zona de férteis paisagens vinhateiras, há uma mina dos mouros, por onde eles andavam e onde está enterrada grande riqueza em ouro. E também se diz que a riqueza é de tal valor que, antigamente, os mais velhos usavam o seguinte ditado: entre S. Pedro e Urval está a riqueza de Portugal.
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APL 3689 - Ref.ª [1]

Source: PARAFITA, Alexandre A Mitologia dos Mouros: Lendas, Mitos, Serpentes, Tesouros Vila Nova de Gaia, Gailivro, 2006, p.321-322
Year: 2001
Place of collection: Sever, Santa Marta de Penaguião, Vila Real
Informant: Pe. Manuel Joaquim Mourão (M), 63 y.o.,

Narrative
When: 20 Century,

in https://www.lendarium.org/pt/apl/tesouros-escondidos/entre-s-pedro-e-urval [r.26.12.2020] [1]

[1] Arquivo Português de Lendas (APL), base de dados do CEAO - Centro de Estudos Ataíde de Oliveira, da Universidade do Algarve (PTDC/ELT/65673/2006), em www.lendarium.org

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A PERNA DA ALMA PENADA

Fornelos

Contam os mais antigos da aldeia de Fornelos, Santa Marta de Penaguião, que uma mulher, tendo saído de casa, altas horas da noite, à procura de lume para acender a lareira, encontrou uma estranha e silenciosa procissão de velas à volta do adro da igreja. Como precisava de lume, foi pedi-lo a um dos que a incorporavam, o qual lhe colocou nas mãos a sua vela acesa.

A mulher foi para casa, acendeu o lume e, depois de apagar a vela, guardou-a numa caixa debaixo do escano. No dia seguinte, ao abrir a caixa, o que lá encontrou não foi a vela, mas sim uma perna. Nada mais nada menos que a perna de uma pessoa. Muito aflita, foi ter com o padre e contou-lhe o sucedido. O padre, depois de muito meditar, disse-lhe:
− Vai para casa e guarda essa perna contigo. Dentro de uma semana, esperas pela noite e vais à mesma hora ao adro da igreja entregá-la àquele que vires a coxear na procissão.

A mulher assim fez. O vulto que coxeava recebeu a perna, em silêncio, e colocou-a no seu lugar. Depois, já sem coxear, voltou para a procissão e desapareceu. 

Diz o povo que nessa procissão andavam as almas penadas da aldeia a cumprir a sua passagem pelo Purgatório.
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APL 2186 - Ref.ª [1]

Source: PARAFITA, Alexandre, O Maravilhoso Popular - Lendas, contos, mitos, Lisbon, Plátano Editora, 2000, p.64
Place of collection: Fornelos, Santa Marta de Penaguião, Vila Real

Narrative
When: 20 Century, 90s

in https://www.lendarium.org/pt/apl/procissao-das-almas/a-perna-da-alma-penada [r.26.12.2020] [1]

[1] Arquivo Português de Lendas (APL), base de dados do CEAO - Centro de Estudos Ataíde de Oliveira, da Universidade do Algarve (PTDC/ELT/65673/2006), em www.lendarium.org

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A MOURA QUE VARRE

São Miguel de Lobrigos

Sempre ouvi contar aos antigos que num local denominado Viso, junto à margem esquerda do rio Corgo, entre as freguesias de S. Miguel de Lobrigos e de Alvações do Corgo (S. M. Penaguião), há um encanto numa fraga. Dizem que é uma moura encantada em serpente e a guardar um pote de moedas de ouro.

Tem-se ouvido também dizer que à entrada da fraga está sempre tudo muito limpo e varrido, e que é a moura que varre. Contaram-me que há quem tenha por lá passado num dia com o gado, deixando o chão todo sujo, mas ao outro dia aparece tudo muito varrido.

Diz-se também que a rocha dá entrada para uma mina, e que, entrando lá, se acham umas escadas em pedra, cavadas na rocha. Quem lá entrou, só entrou até certa altura, pois a partir daí o medo é grande. Até dizem que já houve quem pegasse no pote cheio de moedas, mas que o medo foi tanto que logo deitou tudo a perder.
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APL 3690 - Ref.ª [1]

Source: PARAFITA, Alexandre A Mitologia dos Mouros: Lendas, Mitos, Serpentes, Tesouros Vila Nova de Gaia, Gailivro, 2006, p.322
Year: 2001
Place of collection: Lobrigos (São Miguel), Santa Marta de Penaguião, Vila Real
Informant: Francisco Morais (M), 40 y.o.,

Narrative
When: 20 Century,

in https://www.lendarium.org/pt/apl/tesouros-encantados/a-moura-que-varre [r.26.12.2020] [1]

[1] Arquivo Português de Lendas (APL), base de dados do CEAO - Centro de Estudos Ataíde de Oliveira, da Universidade do Algarve (PTDC/ELT/65673/2006), em www.lendarium.org

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A MOURA ENCANTADA DO RIO DO RECHÃO

Cumieira

Contam os velhos de Justos que, há uns anos atrás, apareceu uma moura encantada sentada numa mesa sobre as águas do rio Rechão. Ela pediu a um homem que passava que fosse buscar o mais rápido possível uma aguilhada a sua casa para lhe quebrar o encanto. Como paga, ela deixava-lhe o tesouro que tinha escondido debaixo das águas.

O homem, com a mira no tesouro, lá foi. Mas como a casa ainda era longe, a moura começou a chorar, pois o homem não chegaria a tempo. Quando o homem chegou com a aguilhada, ela já tinha ido por água abaixo sentada na mesa.
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APL 1021 - Ref.ª [1]

Source: AA. VV., - Literatura Portuguesa de Tradição Oral s/l, Projecto Vercial - Univ. Trás-os-Montes e Alto Douro, 2003, p.ME8
Year: 2002
Place of collection: Cumieira, Santa Marta de Penaguião, Vila Real
Collector: Neuza Maria Sequeira Pereira (F)
Informant: Palmira Alves (F), 77 y.o.,

Narrative
When: 20 Century, 90s

in https://www.lendarium.org/pt/apl/tesouros-encantados/a-moura-encantada-do-rio-do-rechao [r.26.12.2020] [1]

[1] Arquivo Português de Lendas (APL), base de dados do CEAO - Centro de Estudos Ataíde de Oliveira, da Universidade do Algarve (PTDC/ELT/65673/2006), em www.lendarium.org
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A FILHA BRUXA

Fornelos

Um casal teve duas filhas e uma delas era bruxa. Um dia, a menina que não era bruxa aproximou-se do pai e disse-lhe:
− Meu pai, a Maria esta noite foi muito fria para a cama e ultimamente tem andado muito esquisita.

E o pai respondeu:
− Será que a minha filha é bruxa?

Então, desconfiado, pôs-se no dia seguinte a espreitá-la e viu-a a benzer a irmã. O pai disse para si mesmo:
− Ai, que a minha filha é mesmo bruxa!

Sem pensar duas vezes, pegou numa aguilhada e foi para trás da porta.
Seguidamente, aparece-lhe um porco na sala e ele, com a aguilhada, picou-o. O animal transformou-se logo na filha, que apareceu toda nua e a chorar ao pé dele.
O pai, ao ver o estado da filha, disse-lhe:
– Pronto, já passou. Eu quebrei-te o encanto minha rica filha!
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APL 990 - Ref.ª [1]

Source: AA. VV., - Literatura Portuguesa de Tradição Oral s/l, Projecto Vercial - Univ. Trás-os-Montes e Alto Douro, 2003, p.B2
Year: 2002
Place of collection: Fornelos, Santa Marta de Penaguião, Vila Real
Collector: Neuza Maria Sequeira Pereira (F)
Informant: Palmira Alves (F), 77 y.o.,

Narrative
When: 20 Century, 90s

in https://www.lendarium.org/pt/apl/bruxas/a-filha-bruxa [r.26.12.2020] [1]

[1] Arquivo Português de Lendas (APL), base de dados do CEAO - Centro de Estudos Ataíde de Oliveira, da Universidade do Algarve (PTDC/ELT/65673/2006), em www.lendarium.org
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LENDAS DE TERRAS DE PENAGUIÃO
[de subtus monte Pena Guian]
COLECTÂNIA - RECOLHA

Textos, Estudos, Recolhas & Contributos…
Colectânea de Textos & Outros… 

“Se não defendermos o que é nosso, quem é que o defende?”

2020 - 2021
PENAGUIÃO

Eduardo José Monteiro deQueiroz
by Douro Sensibility | LUAgares D'Ouro
Associação Penaguião em Movimento
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A AVÓ BRUXA

Cumieira

Um casal, sempre que lhe nascia um filho, na véspera do baptizado, depois de estar a despesa da cerimónia toda feita, via a criança morrer sem saber de que doença. O homem jurou que, quando nascesse o próximo filho, havia de descobrir quem o queria matar.

Nasceu um novo filho. Na véspera do baptizado, a mãe ficou a vigiar o berço até à meia-noite e o pai daí em diante.

Quando chegou a vez do marido, ele sentou-se ao pé do berço e ficou de vigília, à espera que alguma coisa acontecesse. A certa altura, apareceu uma almotolia: tomba aqui, tomba ali, à volta do berço. O homem chamou a mulher:
− Anda cá depressa! Anda aqui uma almotolia à volta do berço do menino. Será ela que mata os nossos filhos?
− Ó homem, manda-a já pela janela fora antes que haja outra desgraça! O homem apressou-se a lançar a almotolia pela janela fora com toda a força. Ouviu a voz da mãe a queixar-se:
− Ai, filho, que me partiste um braço!
− Se soubesse que vossemecê era bruxa, havia ainda de a atirar com mais força!
− disse o homem. − Então era a mãe que matava os meus ricos filhos?
Cheia de dores, a mãe respondeu-lhe:
− Ó filho, eu só queria fazer-te rico. Com tantos filhos, como é que endireitavas a vida?
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APL 989 - Ref.ª [1]

Source: AA. VV., - Literatura Portuguesa de Tradição Oral s/l, Projecto Vercial – Univ. Trás-os-Montes e Alto Douro, 2003, p.B1
Year: 2002
Place of collection: Cumieira, Santa Marta de Penaguião, Vila Real
Collector: Neuza Maria Sequeira Pereira (F)
Informant: Palmira Alves (F), 77 y.o.,

Narrative
When: 20 Century, 90s

in https://www.lendarium.org/pt/apl/bruxas/a-avo-bruxa [r.26.12.2020] [1]

[1] Arquivo Português de Lendas (APL), base de dados do CEAO - Centro de Estudos Ataíde de Oliveira, da Universidade do Algarve (PTDC/ELT/65673/2006), em www.lendarium.org
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A MOURA ENCANTADA DO FRAGÃO - POUSADOURO I

Medrões, Moura Morta

Será que alguém conhece a Lenda da Fraga da Moura, "onde uma Moura Encantada se ia pentear..."? Esse fraga não é nada mais nada menos que o fragão que fica nas imediações do Pousadouro, Medrões, junto ao Caminho do Fragão que liga o referido Pousadouro ao lugar da Mó, Medrões, perto do lugar da Portela de Moura Morta. 












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RECOLHA DE LENDAS E NARRATIVAS DOS NOSSOS AVÓS


Lendas de Terras de Penaguião
Recolha de Lendas e Narrativas dos Nossos Avós 
"de subtus Monte Pena Guian"

Ver em
https://lendasdeterrasdepenaguiao.blogspot.com/
https://www.facebook.com/Lendas-de-Terras-de-Penagui%C3%A3o-104308221548403

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AGRADECIMENTOS


Deixo aqui os meus sinceros agradecimentos pela ajuda, pelas dúvidas desfeitas, pelo tempo que comigo perderam, por me terem aturado... aos meus amigos

Anabela Morais
Bruno Miguel
Francisco Teixeira

e em especial à minha mulher
Natália deQueiroz.

Relembro também os meus filhos, os meus pais e os meus avós.

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